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Sua boca e o cigarro

Sua boca e o cigarro
fevereiro 7, 2019

Se quase todo mundo saber que é ruim, porque tanta gente fuma?
Como dar o primeiro passo para se libertar?

Se conhece alguém que fuma, vale compartilhar o texto!!

Você sabia?
Alguns psiquiatras elaboraram longos estudos a respeito da sensualidade associada ao ato de fumar e estabeleceram uma relação entre o gestual de levar o cigarro à boca, o jogo dos lábios e as fases mais precoces da sexualidade.
Muitos são os motivos que podem levar uma pessoa ao hábito de fumar. No entanto, ninguém discute que a fumaça do cigarro e seus componentes – são mais de 4 mil substâncias nocivas – provocam ação deletéria não só na cavidade oral, mas em todo o organismo.

Quais os danos causados pela fumaça carregada de agentes químicos que o fumante joga na boca pelo cigarro?

Na fumaça do cigarro não há apenas nicotina e alcatrão. Testes laboratoriais demonstram nela existirem centenas de compostos comprovadamente cancerígenos que agridem a mucosa da boca. Além disso, ela sai do cigarro muito quente. Portanto, os danos à mucosa não advêm apenas dos agentes químicos, mas também da agressão térmica resultante da alta temperatura em que a fumaça é absorvida.
Há, ainda, outra agravante. Associar tabaco a bebidas alcoólicas implica consequências dramáticas, porque o álcool ajuda a dissolver tanto a nicotina quanto as demais substâncias nocivas presentes no cigarro, aumentando sua concentração. Mais concentrados, esses compostos irritam a mucosa e favorecem o aparecimento de lesões na boca que, com o passar do tempo, podem tornar-se malignas. Quem já não viu um fumante, numa roda social, dar uma tragada, pegar um copo de uísque ou de outra bebida qualquer, levá-lo à boca, beber um gole, descansar o copo sobre a mesa e dar nova tragada sem dar-se conta do mal que está causando ao próprio organismo.

O cigarro é uma droga compulsiva, que provoca repetidas, intensas e desagradáveis crises de abstinência.
Como orientar essas pessoas?

Deixar de fumar não é fácil.
Encaminhamemto dessas pessoas para grupos de apoio nos quais encontrarão profissionais especializados pode ajudá-las. Se já houver uma lesão pré-neoplásica, esse recurso assume valor inestimável, porque parar de fumar é questão de sobrevivência.

Câncer da boca
O câncer da boca basicamente incide mais sobre a população masculina, na proporção de três homens para cada mulher.
Aparecem na mucosa da bochecha, na língua ou no assoalho da boca e todo o fumante que notar sua presença deve procurar auxílio odontológico o mais depressa possível.
No Brasil por falta de prevenção, em 85% dos casos, quando a doença é diagnosticada, o tumor está em fase avançada localmente na boca ou já atingiu os gânglios do pescoço. A terapia indicada nesse estágio da evolução pressupõe cirurgias mais radicais com impacto negativo no resultado final, no alto custo e no comprometimento da aparência física.
Elas não sangram necessariamente. Na verdade, são muito heterogêneas na apresentação. Algumas formam um tumor na boca; outras, uma ferida ulcerada ou uma placa completamente assintomática. O aspecto é bastante variável. Por isso, qualquer coisa anormal que se note na boca, em especial na borda da língua, é motivo de preocupação e um cirurgião dentista deve avaliar o problema.
EXAMES PERIÓDICOS
O fumante, mesmo que não tenha nada, precisa ir a um especialista para examinar a boca, de preferência a cada seis meses, o fumante deve submeter-se a exame rigoroso da cavidade oral.
Devem ser examinados por profissionais especializados.

Existem três fatores de risco principais para essa doença: tabaco, álcool e má higiene oral.
Na região metropolitana da cidade de São Paulo, ocorre a segunda maior incidência de câncer de boca do mundo. Só perdem para a Índia. Em termos estatísticos, isso significa que em cada 100 mil pessoas, cerca de 19 desenvolvem câncer de boca.
Outro dado interessante baseia-se nas lesões predisponentes para o câncer de boca. No Estado de São Paulo, a estimativa é que haja 5 mil novos casos de câncer de boca por ano. Se considerarmos que a cada caso correspondem outros cinco de lesões predisponentes que podem demorar 20 anos para transformar-se num câncer, é possível imaginar que, em algum momento dessa etapa evolutiva da carcinogênese no Estado, haverá seiscentas mil pessoas com risco de desenvolver câncer ou com a doença já instalada.
AUTO EXAME

Útil, mas é pouco provável que o autoexame ajude a pessoa a diferenciar as lesões benignas das malignas por causa da heterogeneidade de aspecto dessas lesões.
Na boca, entretanto, não existe um único sinal característico de lesão maligna. Por isso, insisto: percebendo alguma coisa anormal na boca, a pessoa deve procurar um médico.
Acredito, também, em campanhas de esclarecimento cujo objetivo seja convencer os fumantes acima de 40 anos e as pessoas com história de parentes próximos que tiveram câncer de cabeça, pescoço ou de boca, da necessidade de exames periódicos, uma vez que há certa propensão familiar para essa espécie de tumor.
Outra população particularmente de risco é a que já teve algum tipo de câncer de cabeça ou pescoço e está curada. A recidiva costuma ocorrer em mais ou menos 5% dos pacientes a cada ano que passa. Por isso, o acompanhamento médico tem de ser permanente nesses casos.
APARÊNCIA DA BOCA

Sempre há alterações significativas na boca do fumante. A primeira é a halitose.
O mau hálito dos fumantes tem características muito peculiares. Depois existem os problemas dos dentes e das gengivas.
Basicamente, o cigarro provoca uma inflamação crônica na mucosa que, irritada, favorece o aparecimento de lesões predisponentes. Constatado o problema, a pessoa deve ser avisada do risco que está correndo se continuar fumando.